terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Do gosto das coisas

Ontem foi um dia de diversos sabores. Tive a oportunidade de, ainda pela manhã, fazer uma justa homenagem a minha universidade (e de mais de cento e oitenta mil pessoas que passaram por lá) UFRGS pelos seus 75 anos aqui na Câmara. É evidente que o principal papel da universidade é produzir conhecimento para garantir o desenvolvimento do Brasil. Mas além disso tem um gosto doce pensar na minha vida desde a UFRGS. Poderia dizer que é porque que ali comecei a fazer política (ali e na PUCRS) mas não é só isso. Também não é apenas porque ali comecei amizades marcantes na minha vida e na minha personalidade. Talvez para melhor resumir e não contar toda a história de vida de minha família poderia dizer que aquele universidade permitiu que minha mãe e meu pai se conhecessem. Ou seja, literalmente, boa parte de minha vida passa por aqueles prédios, aqueles corredores, bares, salas de aulas.
Ainda ontem teve início a Conferência Nacional de Comunicação. Conferência marcada por conflitos e disputas mas que dá a todos os que lutam pela democratização da comunicação um gosto de vitória. Vitória porque apesar dos pesares e dos "vocês" nós conseguimos realizar a conferência e abrir, iluminar o problema do monópolio midiático no Brasil. Ver um presidente da República, mesmo que apenas após 7 anos, abordando estas questões nos faz sorrir, ter um pouco mais de esperança. É claro que é só um primeiro passo. Mas nós já andamos tanto na luta pela democratização da comunicação. Óbvio que não vamos mudar tudo e conquistar tudo, que teremos que negociar para construir uma unidade e as mudanças possíveis. Mas estamos andando. E depois que se aprende a andar... Ninguém mais segura.
Por isso tudo prefiro guardar o gosto bom das coisas. O gosto amargo a gente não esquece. Mas guarda num cantinho bem menor do que aquele reservado ao doce gosto de lutar para transformar a sociedade. E eu vi centenas de pessoas com esse gosto de luta ontem na 1a CONFECOM.

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