sábado, 31 de dezembro de 2011

Dica de leitura 6

Quem já leu o moçambicano Mia Couto sabe que ele nos prende em suas palavras como uma aranha na teia. "terra sonâmbula" é, para mim, o ponto alto dessas teias. Num mundo de absoluta tristeza - o mundo da guerra e, portanto, da morte - Mia nos leva aos sonhos.
Muito bonito.
Obrigada pelo presente, Brenda!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2012

Cada um de nós constrói o seu lugar secreto. Para alguns é um lugar real, físico e especial por algum motivo particular. Para outros é um lugar na mente, um canto sagrado em nossos pensamentos.
Estou em meu lugar secreto. Físico e mental. O lugar em que olho para o brilho das estrelas e percebo que elas sempre estão ali, mesmo quando as nuvens me impedem de vê-las. O lugar em que consigo acessar meus recantos mentais sagrados. Os meus espaços secretos em que guardo sonhos e saudades.
Aqui, nesse lugar tão especial, pensei no que desejaria para mim mesma em 2012. Decidi que apenas quero que minha alma - ou seja lá o nome que se dê para aquilo que somos por dentro - quero que minha alma acabe 2012 da mesma maneira que começará. Aconteça o que acontecer (na minha tão complexa vida profissional ou mesmo na pessoal) peço apenas que me deixem seguir, sem perder a ternura.
Para vocês....ah! Para vocês... Desejo que permaneçam comigo. Uns mais, outros menos. Desejo que tenham paz e paciência. Que tenham força para amar e, às vezes, para deixar de amar. Deixar de amar é muitas vezes a maior prova de amor próprio. E até Jesus disse: amai ao próximo como a ti mesmo. Ou seja, amemos aos outros sem Nos desrespeitar! Desejo que sintam saudade e que matem muitas vezes a saudade. Desejo que realizem tantos sonhos quanto conseguirem. Mas que multiliquem por dois os novos sonhos que chegarão. Desejo saúde para vocês. Mas desejo mais saúde ainda para todos aqueles que vocês amam. Nada pior que a doença de quem amamos. Desejo que nada falte. E sobre apenas aquilo que vocês querem dar.
Desejo paz. Muita paz. Luz e paz!
Desejo um 2012 sem perder a ternura. Para todos.
Obrigada por tudo!

Dica de leitura 5

Nunca li nada parecido. Um livro de uma doçura imensa. Como pode conciliar tanto terror (terror mesmo, suspense e tudo!!) com uma linda, bela e doce história de amor?
Não sei e não entendi. Mas "Marina" do escritor catalão Carlos Ruiz Zafón é assim.
Apenas digo que se passa em Barcelona e que é supreendente. A história de amor doce e terror macrabo de Marina e Óscar vale cada uma das linhas. Bah. Que livro!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dica de leitura para as gurias ;)

Para as meninas/gurias/mulheres que, assim como eu, vivem correndo e apenas gostam de estar "em dia" com o que está por fora (pois nossa luta real é para estarmos bem por dentro). para as pessoas que acham grande parte das coisas futilidades mas que aceitariam num toque de mágica estarem sempre basicamente legais. Para aquelas que acham grande parte do universo da moda um mistério e que apenas gostam de olhar acessórios esquisitos nos outros. Para quem passa um batom de vez em quando. Para quem tem uma amiga que pergunta: "nem um colarzinho, Manu?!"
Comprem o livro/guia maravilhoso que acabei de devorar e morrer de rir. "a parisiense - o guia de estilo de Ines de la fressange".
Tudo o que as francesas fazem para NUNCA serem como os editoriais de moda! ;) Para serem indivíduos únicos e NUNCA pessoas fabricadas em série.

Dica de leitura 3

Dentre os três, o mais ingênuo. Mas "papel manteiga para embrulhar segredos", da coleguinha Cris Lisbôa também é bonito. Traz receitas de comidas para "dois que não amam doces" ou "seis que viram a noite juntos". Cozinhar, afinal, é quase uma magia, compartilha Antonia. Disso e aquilo nasce algo novo!
Esse livro sobre o primeiro amor traz Antonia, Virgínia e Ana, as mesmas personagens que se reencontram em "duas pessoas são muitas coisas". Não. Não são uma série. São apenas personagens que se desenham ao longo da vida. Da Cris.
Definitivamente ela é uma grande escritora.
-------
Guardo os livros na biblioteca ou na cozinha? Afinal, eles trazem receitas. Nham nham nham

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dica de leitura 2

Eu já avisei minha amiga Cristiane Lisbôa para não mais escrever essas coisas maravilhosamente doloridas e intensas! "Duas pessoas são muitas coisas" é lindo e doce. E também é cruel com quem sabe quantas coisas podem ser dois.
Chorei muitas vezes lendo. só por dentro. Para eu lembrar sempre do que ela escreveu por mim.
"duas pessoas assim descobriam que existiam para andar de gangorra. Porque Joao me mostrou que balanços são por demais solitários". Pra que mais?
-------
Um detalhe maravilhoso é o fato dela intercalar a vida do livro com receitas maravilhosas. Comida e amor e a falta de dele tem tanta relação, afinal!
--------
Cris! O que foi feito do Lucas, de ti e de mim? Tão "losers" na faculdade? Hahahaha (piada interna)

Dica de leitura

Daqueles livros que nos faz entender mais sobre o ser humano e a sociedade que o adoece. "aprender a rezar na era da técnica", do Portugues Gonçalo M. Tavares causa náuseas como Almodovar por trabalhar nas dimensões humanas que negamos cotidianamente. Um pouco de poder exercido na medicina e na política. Um pouco de tudo que é demasiado humano. E pesado.
Um dos melhores de 2011.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Tantos sentidos

Engraçado ouvir "você merece ser feliz" da única pessoa capaz de lhe fazer feliz. E também sofrer. Contraditório que ele desejasse todo o melhor se o melhor e o pior eram as duas faces do amor que ela sentia por ele.
As palavras carregam duplos sentidos. Às vezes nenhum deles nos servem.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Doce vida

- Saiam daí guriazinhas! não abre a frigider Carolina. fiz um cento de Rei Alberto para o Alfredo!
-pra que tudo isso, mãe?
-tudo isso nada, nem vai sobrar para ceia!
-tem ambrosia de forno, vó?!
-claro que sim, a vozinha fez pra ti!
-bah, tô num cansaço mãe! Que exaustão!
-fiz um sagú pra vocês. Se acomodem, esse sofá é mesmo uma maravilha. Uma hora um põe a bunda. Noutra hora outro deita a cabeça! Um horror!
-ah, Dona Solange como nos ajeitamos nos quartos?
-As guriazinhas no quarto da Clarice, o Fernando no do Alfredo e vocês lá em cima. Desculpa, filhinha! Mas a vó já vai pegar os litros de refrigerante lá na frigider da garagem. Meu Deus! O Alfredo já comeu 32 rei Alberto, não teremos para a ceia!

assim, entre muita comida e camas montadas no chão, entre arrenegos afetuosos e reclamações de cansaço, entre carinho e televisão, passávamos as festas de Natal em Jaguarão. A vida era mais doce!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

2011

Nossa! Que ano! Que ano de altos e baixos, ano de quedas vertiginosas e alegrias estonteantes. Que ano intenso esse de 2011.
O ano de meus 30 trouxe tatuagens para sempre: aquelas que marcam a alma. Decepcões com velhos conhecidos, alegrias com o desconhecido, surpresas inusitadas. Eu acreditava que com 30 tudo saberia, com 30 percebi que a vida nos deixa para sempre no Jardim de infância! Não sabia nada! Não sei nada!
Ano de crises políticas agudas. Ano de vitórias políticas avassaladoras.
Ano de Brasília e de sobrinhas. Ah! Minhas pequenas professoras... como esse mundo existiu antes de vocês? Ano de família e de ausência de família. Ano de partido. Ano de paz. Ano de guerra. Ano de quente. Ano de frio. Ano de paixão. Ano de lágrimas. Ano de saudade. Ano de presença. Ano de verdade.
2011 foi. Me deixou tatuada.
"trago dentro de meu coração, como num cofre q não se pode fechar de cheio,todos os lugares onde estive, todos os portos onde cheguei" (Fernando pessoa).
Vocês, amigas e amigos queridos (e poucos. E muitos!), vocês família presente e unida (mesmo com tanto desencontro), meu amor, vocês adversários leais (e os tantos desleais), vocês que machucam e também vocês que curam, vocês que consolam dos vocês que cortam, todos vocês ficaram tatuados em meu coração e minha alma nesse 2011.
Que venha 2012! Que venham seus desafios! Que a vida venha maravilhosamente sem previsão! Que a vida venha de novo, como diria Nietzche.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Receita - Brigadeiro de capuccino

Brigadeiro de capuccino


Mistura um 1 leite condensado em uma colher de manteiga, em fogo baixo, com duas colheres sopa de chocolate em pó (sem açúcar), uma colher de chá de canela em pó e uma colher de sopa de café solúvel em pó.
Depois é só cozinhar até chegar ao ponto. Eu gosto de tirar da panela, colocar num pote bonitinho, levar ao frezzer e servir "de colher".
Fiz hoje e o pessoal amou.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Receita de hoje

Algumas pessoas pediram pelo twitter e resolvi criar um espaço para as minhas receitas...

Quem quiser testar e comentar, será ótimo!

Arroz com gengibre 
Frite Meia colher de sopa de gengibre ralado para cada xícara de arroz branco ou integral. Use um pouco menos de sal do que o usual. Esse arroz não é temperado com cebola ou alho.

Frango crocante
Frita 1 peito de frango em cubos em 1 colher sopa de alho picado e sal (menos que o usual). Depois de estar pronto adiciona 3 colheres cheias de mel, meia xícara de amêndoas laminadas e meia xícara de gergelim branco. Depois de pronto, adiciona meia xícara gergelim preto.

Salada de Pipa (em homenagem à praia) 
 Rúcula 1/2 manga em cubos 1 xícara camarão no bafo sem temperos 1 xícara castanha do caju torrada sem sal


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Que palmada?!!

Lei da palmada? Claro que não. A lei deveria ser chamada lei da surra, lei dos que arrastam crianças pelo cabelo, lei dos que humilham, lei com o nome de qualquer criança morta pelo pai que -num dia mais estressado- apertou o pescoço mais forte e matou a filha.
Sem simplificações, gente.
Vocês conseguem imaginar que a lei Maria da Penha (lei que proíbe violência contra a mulher) foi feita por que alguns maridos dão carinhosas palmadas em suas esposas enquanto mantém relações sexuais? Evidente que não. Soaria patético.  Pois estão simplificando a lei aprovada ontem pela câmara dessa maneira.
Vamos imaginar duas situações: Te imagina no ambiente de trabalho e um chefe te olha e te chama de idiota, incopetente. Chamaríamos isso de assédio moral, certo? Certo. Sem agressão física, nós protegemos os adultos, pessoas com completo desenvolvimento físico e psicológico. Então porque existe uma lei para proteger um cidadão que tem condições de se levantar e pedir demissão? Pois ele está em uma situação frágil, depende do trabalho.
Outra situação: sempre foi crime bater em alguém. Sim. E porque temos uma lei específica para violência contra a mulher? Para obrigar as delegacias a aceitarem denúncias, para pararem de tratar como algo do "comportamento familiar". Qual a resposta da sociedade: estão se metendo no casamento, estão se metendo na Família ou "com tanta coisa para fazer e os políticos se preocupando com isso". Passaram os anos e violência contra a mulher saiu das sombras. Isso com mulheres adultas e com capacidade de se levantarem e saírem, certo. Relativamente certo. Mas porque a lei? Pela fragilidade e envolvimento emocional delas com os agressores.
Como ser contra uma lei que protege os seres mais frágeis (crianças) da violência daqueles que elas mais amam (seus familiares)? Ainda escuto: estava estressado ou estava bêbado. Nunca vi bêbado bater em polícia (só em mulher e filho). Nunca Vi estressado bater em chefe. 
Palmada? Não. A câmara votou a criminalizaçao do relho, do ferro quente, do arrastar pelo cabelo na loja. 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Minha - tardia - homenagem à Clarice Lispector

Ela me dá a sensação de pertencimento. Me define. Mesmo antes de eu mesma me definir.

"Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
Sim.”

"Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior do que eu mesma, e não me alcanço. Além do quê: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano — já me aconteceu antes. Pois sei que — em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade — essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.”.

Vida

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Para sempre

Eu não a olhava para que ela não tivesse a certeza que era a mais bonita do mundo. Hoje, passados tantos anos, tenho a certeza de que a amarei quando for velha. Será assim. Toda a vez que a ver, me apaixonarei novamente. 
Eis minha versão mais próxima de "Uma alegria para sempre", de Quintana. Continuará acontecendo. Tal qual aconteceu em todos os anos em que não nos vimos.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sobre o blog

Gente!
Quando o texto é pessoal, ele vem em primeira pessoa. Tal qual os códigos da Família, o texto do cigarro.
O resto é ficção. Então, não pirem. Não sou eu em tudo isso!

Liberdade

Não entendi o porquê, esse post saiu da ordem. Talvez para lembrar que já faz mais de um ano.

Um ano

Ele perguntou: "tem algo, qualquer coisa, que proporcione prazer vinte ou trinta vezes ao dia?". A resposta é não. Nem para quem, como eu, é apaixonada pela comida e vive em constante guerra com a balança. O cigarro é um prazer permanenete, uma companhia leal.
Os cigarros de antes, os cigarros de durante, os cigarros de depois. Um melhor que outro.
Só não era melhor o cheiro. Só não era legal o cansaço, só não era legal a imunidade que baixava, só não era legal a ansiedade gerada pela falta.
Eu não seria feliz, por exemplo, se tivesse um marido que mandasse em mim e me fizesse submissa. E, aos poucos, percebi que meu casamento com cigarro funcionava assim.
Mas Não esperem de mim a mentira. Quem fuma sabe e sente o prazer de fumar. A escolha que a vida nos impõe é sobre o prazer e a razão.

Às 15 horas do dia 10 de dezembro de 2010, fumei meu último cigarro. Fui para acupuntura (a laser) e de lá, a noitinha, para um restaurante japonês.
Depois, vivi um processo jamais imaginado: não dormia direito, sentia o cheiro da nicotina saindo da minha pele, sonhei algumas vezes que fumava, meu humor foi alterando, engordei dez quilos (tanto pela ansiedade quanto por ter que aprender a lidar com um corpo sem a química!).
Mas, Junto a isso minha vitalidade e energia foram retornando, minha pele perdeu aquele tom opaco dos fumantes, passei a sentir o gosto do biscoito de maizena, viajar de avião por doze ou vinte horas tornou-se fácil, não passo frio na entrada dos lugares.
Hoje, completo um ano de 365 dias. Com um dia de cada vez fiquei livre do cigarro. Sei e sinto o sabor de cada um deles.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dica de leitura

"Ela cantava fados", do Português Fernando Sobral é um romace policial muito bom. Com passagens e diálogos fortes, numa Lisboa em que dinheiro e política são sinônimos, Sobral constrói seu detetive, sua cantora de fados e sua disputa entre verdade e mentira, paixão e vingança. Combatemos a própria sombra o tempo todo, afinal de contas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mulher? Eu serei para sempre!

Dos meus trinta anos de vida, treze dedico à militância.

Sei que não escolhi um caminho fácil. Fiz uma opção ideológica - o PCdoB - num tempo de partidos sem ideologia. Fiz uma opção de vida, num tempo de opções pragmáticas. Vejam a ironia: sou deputada por um partido que, antes de mim, não tinha deputados federais. Então, é óbvio, jamais imaginei ser candidata, nem deputada. Quando concorri a federal, diga-se de passagem, a eleição óbvia para quem era vereadora, seria a de estadual. Topei o desafio para tentarmos superar a chamada barreira partidária. Sei a opção que fiz, a fiz com consciência.

Isso, entretanto, não diminui a sensação de indignação, irritação que os preconceitos me causam. Ter consciência não me torna menos humana. 

Cada vez que leio frases do estilo que me citam como um rostinho bonito ou como musa ou como jovenzinha ou como "dona de um sorriso sedutor" ou inexperiente (apesar de ter 3 mandatos e de meus mandatos serem reconhecidos como combativos por instituições como a diap, congresso em foco, PNUD)  me pergunto se o machismo (mesmo daqueles de correntes de Opinião em tese mais avançadas) não será nunca ultrapassado a ponto desses "políticos" sentirem-se constrangidos de expressa-lo.

São tantos anos batendo na mesma tecla. Tantos anos tendo que responder as mesmas provocações desqualificadas. Tantos anos em que esses "políticos" tradicionais, preconceituosos, conservadores (mesmo quando na esquerda!) insistem nisso que hoje, irritada, cansada concluí o óbvio: mulher, senhores preconceituosos, mulher eu serei para sempre. E não adianta diminuir, falar dos dentes, do sorriso e do corpo. Porque mulher, mulher das tantas que existem nesse país, mulher que saí da Câmara e cuida sozinha de sua casa, mulher que tem cólica, TPM e enxaqueca, mulher que chora por amores, mulher eu serei para sempre.

Eu não mudarei. Espero que minha luta e tantas Marias, Joanas, Anas faça os senhores mudarem.

Eu serei mulher para sempre. Os senhores não precisam ser machistas.

Qual a diferença entre 2010 e 2012?

O ano de 2011 vai chegando ao fim. Deixará para o próximo algumas reflexões sobre o processo político em nossa capital e em nosso Estado.

Na política, esse é um ano prensado entre outros dois: 2010 (ano em que uma frente política de unidade da esquerda, com discurso amplo venceu as eleições para Estado) e 2012 (ano em que essa frente será testada em sua capacidade de manter-se unida).
 
Eleições são espaço de apresentação de projeto, programa e posicionamento político.

O que justifica a existência de uma candidatura de oposição é o projeto, o posicionamento, a visão de que a administração tem limites. Ou seja, é uma visão crítica. Alguns fazem e recebem críticas como se fossem "intocáveis". 

As críticas - quando de natureza política, e não pessoais - justificam os diferentes projetos. Se não por isso, qual a razão da existência de uma candidatura? "Protagonismo" do partido e/ou pragmatismo. 

Se o projeto político é consistente, ele deve ser maior que esses dois aspectos.
 
Em 2008, apesar de termos o mesmo diagnóstico sobre a administração Fogaça/Fortunati, não conseguimos unificar nosso posicionamento político, nem o projeto para a cidade. 

Já  em 2010, a história foi diferente: PCdoB e PSB retiraram uma candidatura viável ao governo do RS, por achar que poderíamos construir um novo ciclo para o Estado com a candidatura de Tarso Genro.  

Nossos partidos não tiveram, é evidente, o mesmo protagonismo do PT. Mas vencemos a eleição, pois superamos tudo o que julgávamos MENOR do que a necessidade de retomar o desenvolvimento do Estado, aproveitando o bom momento do Brasil.

O que mudou entre 2010 e 2012? Essa é a questão a ser respondida pelos partidos que elegeram Tarso.

O projeto? Seguimos acreditando na unidade da esquerda, ampliando para todos que se identifiquem com um programa que supera limites da atual administração? O programa ou posicionamento político?

Não temos unidade na avaliação dos limites da atual gestão? Não temos clareza que, independente do partido do atual prefeito, há um projeto, em curso em Porto Alegre, conflitante com o nosso? 

Se as premissas são essas, o que nos distancia são as menores questões. Ou não?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Parte 20/20

Parte 20/20

Mais do que encontro, reencontro.
Não de uma com a outra. 
Encontro da dúvida com a certeza.
A certeza de que não valeu a pena.
Não valeu a pena, Pensou ela.
Não valeu a pena ter matado uma amizade.

21/20

Quando a reencontrou pode ver a imagem do espelho. Andou muitos anos afastada de si mesma.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

19/20

Parte 19/20

Agora jantavam junto a mais membros da companhia. 
Sem marcarem, o encontro aconteceu.
Novamente o acaso. Ou o destino.

Que contraditória é a vida, pensava, ao se ver acompanhada pelo marido enquanto a outra olhava interessada para um moreno sozinho.

Como ela tem os seios pequenos, pensava. Porque guardei por tantos anos outra imagem?, se perguntava ao perceber a paixão que a unia ao atual marido.

Alguns nomes surgiam na conversa, algumas histórias de quando se conheceram, do tempo que se conheciam.

Apenas Sinais que evidenciavam que havia um passado em comum.
Apesar de ambas serem as únicas que conhecem toda a verdade.
Apesar de ser impossível voltar no tempo para garantir um futuro.