sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sempre a emoção...


Digo sempre, aqui, que é impossível fazer política sem emoção. Lidar com as pessoas é a melhor parte de tudo. Poder transformar a vida das pessoas é ótimo, faz todo esforço valer a pena. Agora, ver isso nos olhos dessas pessoas, ouvir suas histórias, compartilhar suas histórias de vida é insuperável. Algumas histórias nos enchem de emoção, de esperança. Outras nos fazem repensar e reforçar a luta. É o caso da perda de Du R. Um menino que vimos em muitos momentos diferentes e que estava mudando de vida, estava mudando o rumo das coisas, com esforço, com dedicação, com apoio, com esperança. Du R se foi... E de uma forma violenta.

Ontem, ao inaugurarmos o Comitê pela Igualdade Racial lembrei dele. Lembramos. E decidimos fazer a nossa homenagem a ele. O Comitê leva seu nome, assim como o levamos no coração.

Foi emocionante. Por isso, deixo com vocês a poesia que Liliane Lemos leu para nós.

Boa Aparência
A cor da minha pele… Não determina minha inteligência, minha honestidade, nem minha capacidade.
A cor da minha pele… Não revela minha formação, meus diplomas, idiomas que falo, ou meu saldo bancário.
A cor da minha pele… Não mostra se estou triste, feliz, se sou católica, evangélica ou ateia.
A cor da minha pele… Não espelha meus sonhos, o que sei, sinto, ou desejo. O que preciso ou pretendo.
A cor da minha pele… Não representa se minhas roupas são caras, limpas e bem alinhadas.
A cor da minha pele… Não afirma que as únicas funções que possa exercer sejam de ama de leite, empregada doméstica, passista de escola de samba ou tampouco objeto sexual para turista deslumbrado.
Pergunto-me até quando a cor da minha pele será determinante para o mercado de trabalho?

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