domingo, 30 de dezembro de 2012

Promessa de ano-novo: cumprir minhas promessas de ano-novo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Não sou mulher de palavra
Não me leve tão a sério
Renovo compromissos e promessas
A cada final de ano
Mas nem sempre cumpro
Sequer me esforço tanto
Algumas abandono
Quase mesmo antes dos fogos do novo ano
Terminarem
Outras vão ficando pelo caminho
Com o passar dos dias, das semanas, dos meses
Não sou mulher de palavra
Nem sei mesmo porque cultivo esse estranho hábito
Que me persegue desde há muito
De listar promessas para o ano que amanhece
Algumas sao tão frugais que escapam com o vento
Outras são tão graves que trancafio na gaveta
Mais profunda, para não me sentir cobrada
Não sou mulher de promessas
Sou mulher de ação
Não me navego plenamente
Deixo a vida me dar o esquadro e a medida
Não levo tão a sério
Minhas promessas de ano novo
Mas é um rito de passagem
Absolutamente necessário
Para minha alma feminina
Cheia de sonhos e medos
Poetar mais
Militar menos
Emagrecer, casar,
Menos discursos, mais rimas
ME libertar do vicio da comunicação eletrônica
Ver mais os amigos
Menos reuniões, beijar mais
Dormir e descansar mais
Domar meu ativismo indomável
Ser menos exigente com meus parceiros de vida
Exigir mais atenção ao meu olhar feminino
Caminhar mais pelo parque
E menos pelas esteiras do Congresso
Colecionar mais orgasmos do que votos
Me alimentar melhor
Fazer yoga, visitar mais a família
Ouvir mais boa música
E menos intrigas e armações
Cuidar mais dos sobrinhos
Ter um filho
Fazer novos amigos.
Promessas de mulher
Palavra de mulher
Não ME cobrem tanto
É um rito de passagem necessário, imprescindível,
Que me motiva e me faz abrir o ano
Cheia de energia e disposição
Não sou mulher de palavra
Algumas promessas não sobrevivem
à ultima taça de espumante
Outras, como aquela viagem a Paris
Ficam sempre adiadas
Mas a minha lista de promessas
É minha companheira inseparável das noites de
Reveillon
Ela me faz sentir que tenho um plano de vôo
Um desenho da vida que quero
ME faz sentir mais segura
E fingir que sei exatamente o que quero fazer
No ano que entra
Não sou mulher de palavra
Quando o assunto são as promessas
Que listo na noite em que o tempo vira
E supostamente iniciamos tudo da estaca zero
Não levo tão a serio essas promessas
Mas preciso delas
A única, na verdade, que consigo cumprir
A cada ano, todos os anos
É ser radicalmente fiel
A mim mesma
Ao que sinto
E ao que diz meu coração
Não é pouco
Essa é a minha bandeira
E o motor da minha fé